domingo, 16 de fevereiro de 2014
Dinamarqueses rebatem críticas pelo sacrifício de girafa em zoológico
Internautas dinamarqueses protestaram nesta segunda-feira (10) contra a onda de indignação causada pelo sacrifício por razões genéticas de uma jovem girafa, chamada Marius, no zoológico de Copenhague.
A girafa foi morta com um tiro na nuca. Depois, teve sua necropsia feita em público e foi entregue aos leões do zoológico.
Para muitos dinamarqueses, a reação global foi hipócrita e politicamente correta. “O mundo está louco. Vocês acham que os leões comem repolhos?”, perguntou o jornalista Kristian Madsen, do jornal “Politiken”.
“Marius viveu em um bom lugar por um ano e meio. Viveu, e agora os leões estão contentes e saciados”, afirmou Mikkel Dahlqvist, consultor de Relações Públicas.
“Como as pessoas reclamam disso enquanto existe o câncer, a guerra na Síria e o Partido Popular (de extrema-direita, anti-imigrantes)?”, disse Dorte Dejbjerg Arens, que trabalha no setor de turismo do zoológico.
O zoológico explicou em seu site que não poderia deixar a girafa crescer para evitar a consanguinidade entre exemplares desta espécie.
As opções de castração ou reintrodução na natureza foram descartadas por seus possíveis efeitos adversos, assim como a transferência de Marius a outro centro da Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (EAZA), por incompatibilidade genética.
A fraca comoção registrada na Dinamarca pela execução da girafa se deve a razões culturais, na opinião de Peter Sandoe, professor de Bioética na Universidade de Copenhague. “O sentimento geral aqui é de que é normal ter e depois matar animais, desde que eles sejam bem tratados”, explicou Sandoe à AFP, destacando que os defensores dos direitos dos animais dinamarqueses são tão influentes como em outros países.
O zoológico de Copenhague não é o primeiro a fazer uma necropsia pública dos animais: o Museu de História Natural de Aarhus, também na Dinamarca, o faz regularmente durante férias escolares, segundo o “Politiken”. O público, em geral, é de 7 mil pessoas.
(Fonte: G1)
Postado por Joélcio Pinto em 16.2.14
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