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Este blog é uma pequena contribuição porque acredito que cabe aos homens novos valores, pensamentos e ações que possam contribuir para a formação de novas mentalidades, mais aptas a participar de uma política ambiental mais justa.

Uma visão de mundo global, na qual o homem não se separe da natureza e que, portanto, a questão ambiental não esteja separada das questões sociais mais amplas, que compreenda a questão ambiental como a interligação e interdependência entre os fenômenos sociais, físicos, econômicos, biológicos, culturais e políticos como bem explica a Geografia.

Uma visão que no lugar do “progresso” e do desenvolvimento a qualquer custo, busque a realização social da maioria, visando a melhor qualidade de vida para todos.

E, como apontado por Milton Santos, que no lugar do consumismo exacerbado, leve à cidadania, e ao invés de desenvolver o individualismo, estimule a vida solidária e coletiva entre os homens.

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Cerrado

Localização

cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, com índices pluviométricos regulares que lhe propiciam biodiversidade.

Localizado basicamente no Planalto Central do Brasil e uma pequena porção representada no Sul do Brasil, estado do Paraná, município de Jaguariaíva. O cerrado é o segundo maior bioma do País, superado apenas pela Floresta Amazônica. O bioma é caracterizado por tipos específicos de vegetação, como a caatinga, o cerrado entre outros. É cortado por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul, com índices pluviométricos regulares que lhe propiciam biodiversidade.

    Ocupa uma área superior a 2 milhões de km², cerca de 23% do território brasileiro, abrangendo os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Ocorre também em outras áreas nos estados de Roraima. Ocorre também em outras áreas nos estados de Roraima, Pará, Amapá e Amazonas.

Cerrado - Caracterização

Dependendo do seu adensamento e condições edáficas, pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros.

     As savanas do Brasil destacam-se como unidades fitofisionômicas pela sua grande expressividade quanto ao percentual de áreas ocupadas. Dependendo do seu adensamento e condições edáficas, pode apresentar mudanças diferenciadas denominadas de Cerradão, Campo Limpo e Cerrado, entremeadas por formações de florestas, várzeas, campos rupestres e outros.
    Cerrado Sentido Amplo (lato senso)
    Tipo de vegetação que inclui todas as formações abertas do bioma Cerrado (Campo Limpo, Campo Sujo, Cerrado Sentido Restrito, Campo e Cerrado Rupestre) e uma formação florestal (Cerradão).
    Campo Limpo
    Tipo fitofisionomia herbácea, com poucos arbustos e nenhuma árvore. É comumente encontrada junto às veredas, olhos d'água e em encostas e chapadas. Pode ser classificado em Campo Limpo Seco, quando ocorre em áreas onde o lençol freático é profundo e Campo Limpo Úmido, quando o lençol freático é superficial.As áreas de Campo Limpo Úmido são ricas em espécies herbáceas ornamentais como por exemplo: Rhynchospora speciosa (estrelona), Paepalanthus elongathus (palipalã-do-brejo), Lagenocarpus rigidus (capim-arroz), Lavoisiera bergii (pinheirinho-roxo) e Xyris paradisiaca (pirecão).
    Campo Sujo
    É uma fisionomia herbáceo-arbustiva com arbustos e subarbustos espaçados entre si. Estabelece-se sobre solos rasos que podem apresentar pequenos afloramentos rochosos ou solos mais profundos, mas pouco férteis. Da mesma forma que o campo limpo varia com a umidade do solo e a topografia, podendo ser classificado como Campo Sujo Úmido e Campo Sujo Seco. Entre as espécies encontradas nos Campos Sujos da região estão: Epistephium sclerophyllum (orquídea-terrestre), Paepalanthus speciosus (sombreiro),Cambessedesia espora, Vellozia flavicans (canela-de-ema) e Didymopanax macrocarpum (mandiocão).
    Campo Rupestre
    É um tipo de vegetação sobre topos de serras e chapadas de altitudes superiores a 900m com afloramentos rochosos onde predominam ervas e arbustos, podendo ter arvoretas pouco desenvolvidas. Em geral, ocorre em mosaicos, não ocupando trechos contínuos. Apresenta topografia acidentada e grandes blocos de rochas com pouco solo, geralmente raso, ácido e pobre em nutrientes orgânicos. Em Campos Rupestres é alta a ocorrência de espécies vegetais restritas geograficamente àquelas condições ambientais (endêmicas), principalmente na camada herbácea-subarbustiva. Algumas espécies destacam-se nessa vegetação como: Wunderlichia spp (flor-do-pau), Bulbophyllum rupiculum (orquídea), Xyris paradisiaca (pirecão) e Paniculum chapadense (gramínea).
    Cerrado Sentido Restrito (stricto senso)
    Fitofisionomia característica do bioma Cerrado com árvores baixas e retorcidas, arbustos, subarbustos e ervas. As plantas lenhosas em geral possuem casca corticeira, folhas grossas, coriáceas e pilosas. Podem ocorrer variações fisionômicas devido à distribuição espacial diferenciada das plantas lenhosas e ao tipo de solo. Dentre algumas espécies encontradas nessas áreas: Kielmeyera spp (pau-santo), Magonia pubescens (tingui), Callistene spp (pau-jacaré) e Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-miúda)
    Cerrado Rupestre
    É uma das formas de cerrado sentido restrito de constituição arbórea, arbustiva e herbácea, que ocorre em ambientes rupestres. Os solos são rasos, com afloramentos rochosos e pobres em nutrientes. No estrato arbóreo-arbustivo, estão presentes espécies como: Wunderlichia crulsiana (flor-do-pau), Didymopanax spp (mandiocão), Tabebuia spp (ipês), Vellozia spp (canela-de-ema, candombá) e Mimosa regina. No estrato herbáceo encontram-se: Rhynchospora globosa (amarelão), Paepalanthus acanthophylus (chuveirinho), Paepalanthus eriocauloides (mosquitinho), Echinolaena inflexa (capim-flexina), Loudeotiopsis chrysothryx (brinco-de-princesa), Xyris schizachne (pimentona), Xyris hymenachne (pimentinha-prateada), Lagenocarpus rigidus tenuifolius (capim-arroz).
    Cerradão É uma formação florestal que apresenta elementos xeromórficos (adaptações a ambientes secos) e caracteriza-se pela composição mista de espécies comuns ao Cerrado Sentido Restrito, à Mata de Galeria e à Mata Seca. Apesar de poder apresentar espécies que estão sempre com folhas (perenifólias), muitas espécies comuns ao Cerradão apresentam queda de folhas (caducifólia ou deciduidade) em determinados períodos da estação seca, tais como Caryocar brasiliense (pequi), Kielmeyera coriacea (pau-santo) e Qualea grandiflora (pau-terra). São encontradas poucas espécies epífitas.Em geral, os solos são profundos, de média e baixa fertilidade, ligeiramente ácidos, bem drenados (latossolos vermelho-escuro). De acordo com a fertilidade do solo, podem ser classificados como distróficos, quando pobres, e mesotróficos, quando mais ricos em nutrientes.Como exemplo dessa fitofisionomia, na Chapada dos Veadeiros, onde são comumente encontradas as seguintes espécies lenhosas: Agonandra brasiliensis (pau-marfim), Callistene fasciculata (faveiro), Stryphnodendron adstringens (barbatimão), Copaifera langsdorfii (copaíba), Magonia pubescens (tingui), Xilopia aromatica (pindaíba). Quanto ao estrato herbáceo, são freqüentes os gêneros de gramíneas: Aristida, Axonopus, Paspalum e Trachypogon.
    Mata Seca ou Mata Mesofítica
    É um tipo de formação florestal que não está associada com cursos d'água e apresenta diferentes índices de deciduidade durante a estação seca. Pode ser de três tipos: Mata Seca Sempre-verde, Mata Seca Semidecídua e Mata Seca Decídua. Os dois primeiros ocorrem sobre solos desenvolvidos em rochas básicas de alta fertilidade (terra roxa estruturada) e média fertilidade (latossolo vermelho-escuro). A Mata Seca Decídua em geral ocorre sobre afloramentos de rochas calcárias. O estrato arbóreo apresenta altura que varia entre 15 e 25 metros. Entre suas árvores eretas destacam-se: Amburana cearensis (imburana), Anadenanthera colubrina (angico) e Tabebuia spp (ipês).Nas matas secas encontra-se uma variedade de espécies decíduas, semidecíduas e sempre-verdes, destacando-se as leguminosas Acacia poliphylla (angico-monjolo), Anadenanthera macrocarpa (angico), Sclerobium paniculatum (carvoeiro), Hymenaea stilbocarpa (jatobá) e a voquisiácea Qualea parviflora (pau-terra-de-folha-pequena).
    Mata de Galeria
    Floresta tropical sempre-verde (não perde as folhas durante a estação seca) que acompanha os córregos e riachos da região central do Brasil, com as copas das árvores se encontrando sobre o curso d'água. Apresenta árvores com altura entre 20 e 30 metros. Os solos variam em profundidade, fertilidade e umidade, as Matas de Galeria ocorrem desde sobre solos distróficos (pobres) do tipo latossolo até solos mais rasos e mais ricos em nutrientes, como podzólicos e litossolos (com afloramentos rochosos). Esta fisionomia é comumente associada a solos hidromórficos, com excesso de umidade na maior parte do ano devido ao lençol freático superficial e grande quantidade de material orgânico acumulado, propiciando e decomposição que confere a cor preta característica desses solos.Nas Matas de Galeria ocorrem espécies utilitárias como: Copaifera langsdorfii (copaíba), Virola sebifera (ucuúba), Cabralea canjerana (canjerana), Talauma ovata (pinha-do-brejo), Euterpe edulis (palmiteiro), Guadua paniculata (taquara), Epidendrum nocturnum (orquídea epífita).
    Mata Ciliar
    Formação florestal densa e alta que acompanha os rios de médio e grande porte, onde a copa das árvores não forma galerias sobre a água. Apresenta árvores eretas com altura predominante entre 20 e 25 metros. As espécies típicas desta fisionomia perdem as folhas na estação seca (deciduidade). Os solos variam de rasos (cambissolos, plintossolos ou litólicos) a profundos (latossolos e podzólicos) ou aluviais (com acúmulo de material carregado pelas águas). A camada de material orgânico é sempre mais rasa que a encontrada nas Matas de Galeria.Entre as espécies arbóreas, destacam-se algumas freqüentes: Anadenanthera spp (angicos), Apeiba tibourbou (pente-de-macaco), Aspidosperma spp (perobas), Celtis iguana (grão-de-galo), Inga spp (ingás), Myracrodruon urundeuva (aroeira), Sterculia striata (chichá) e Tabebuia spp (ipês). São encontradas poucas espécies de orquídeas epífitas.
    Vereda É uma vegetação caracterizada pela presença do Buriti (Mauritia flexuosa), palmeira que ocorre em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas. As Veredas são encontradas sobre solos hidromórficos e circundadas por Campo Limpo, geralmente úmido. Nas Veredas, em função do solo úmido, são encontradas com freqüência espécies ornamentais de gramíneas, ciperáceas, xiridáceas, eriocauláceas e melastomatáceas.
    Parque Cerrado
    É uma formação caracterizada pela presença de ilhas ou elevações arredondadas conhecidas como MURUNDUNS, em meio a um campo úmido, com diâmetro em torno de 5,0 a 20,0 m e altura média de 50 cm. Estes montes são drenados e abrigam espécies da flora do Cerrado Senso Restrito, formando mosaicos de vegetação com o campo úmido. Alguns autores associam a origem dos Murunduns à atividade dos cupins.Entre as espécies arbóreas mais freqüentes, temos a Eriotheca gracilipes,Qualea grandiflora, Qualea parviflora e Dipteryx alata. No estrato arbustivo-herbáceo encontramos as bromélias e os gêneros Annona, Allagoptera e Vernonia, além de algumas espécies de herbáceas do campo úmido adjacente. O Cerrado, é, na verdade, um mosaico de chapadas e vales, com várias formações vegetais distintas, que vão desde o campo úmido até o cerradão, passando pelas matas ciliares e as matas secas. Isto faz com que o Cerrado seja considerado hoje a savana de maior biodiversidade do mundo. Já foram catalogadas 774 espécies de árvores e arbustos no Cerrado, das quais 429 endêmicas. Há também um grande número de orquídeas. A região dos cerrados possui alta luminosidade, baixa densidade demográfica e intensa atividade pastoril, ao sul. Sua extensão territorial abrange mais de 1.200 km de leste para oeste e mais de 1.000 km de norte a sul. O Cerrado está ameaçado pela expansão desordenada da fronteira agrícola, que já ocupa quase 50% da região. A destruição da cobertura vegetal já supera 70% da área original, e até agora menos de 2% do Cerrado está protegido por Parques Nacionais ou Reservas, separados entre si por grandes distâncias.
Revista Eco 21, Ano XIV, Edição 92,  (www.eco21.com.br) - Andrea Margit Jornalista

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